domingo, 30 de maio de 2010

Hipóteses para o Amor e a Verdade

Desde o início de maio, está em cartaz no Espaço do Satyros Um, o espetáculo "Hipóteses para o Amor e a Verdade", com texto de Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vazquez, este último também diretor da montagem.
Li a respeito da peça, que inova com participação do público através de celular e internet, e fiquei um tanto curiosa pra ver.
Chegando lá, já fiquei instigada quando, ao pegar meu ingresso, anotaram meu nome, o número do meu celular, a operadora, e ainda me pediram para deixar ligado, no último volume e que se por acaso alguém me ligasse era para atender no viva voz.
Fui num sábado, a sessão estava bem cheia, colocaram até mais cadeiras para acomodar todo mundo, já começava a ficar ansiosa pelo que estava por vir.
Durante a história as pessoas da platéia também viram personagens, recebem ligações e interagem com os atores que conversam, questionam as pessoas e a si mesmos, enviam mensagens sms e usam a internet.
O espetáculo é uma mescla de histórias de pessoas anônimas que circulam pelo centro de São Paulo, suas angústias, seus desejos, suas trajetórias.
Um cara que se apaixona e se realiza sexualmente pela internet, uma solitária idosa que mora no centro de São Paulo e tem apenas o cuidado de uma enfermeira, uma prostituta que trabalha na noite paulistana, um homem que quer ser uma espécie de novo Adão, multiplicando filhos pelo mundo, outro que assume ser amante da luxúria, entre outros solitários personagens.
Ele também enfoca a questão da realidade expandida, a relação humana com a internet, a tecnologia, a nossa busca por pessoas, sentimentos e sensações no meio virtual, a solidão de cada um em meio a uma cidade que nos consome diariamente, em que só o hoje e o agora existem.




O elenco está em sintonia, o espetáculo tem ritmo, não cansa em nenhum momento, e inclusive te deixa na expectativa do que pode acontecer na cena seguinte.
A experimentação do grupo parece surtir efeito, deixando a platéia super a vontade dentro da proposta, e criando diversos questionamentos, o que é ou não real nas nossas vidas? Qual é a verdade que estamos vivendo?
Inventamos coisas e pessoas que parecem importantes para nossas histórias pessoais, mas que no fundo são apenas possibilidades de preenchimento do nosso vazio.

Pra quem quiser conferir, a realmente inovadora proposta, o preço é fixo, apenas R$ 10,00 e fica em cartaz de sexta a domingo.

HIPÓTESES PARA O AMOR E A VERDADEEspaço dos Satyros Um (Praça Roosevelt 214, Centro; tel.: 3258-6345). Sex., sáb. e dom., às 21h30. R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos.

Voltando para Porto Alegre

Quando iniciamos a nossa volta do mochilão, estávamos absolutamente falidos.
Gastamos mais do que deveríamos, isso porque não torramos em compras fúteis, tivemos alguns gastos inesperados com taxas, passagens, multa da imigração, etc.
Tive que apelar para amigos no Brasil e, claro, pra minha mãe (coisa que detesto fazer).
Voltamos de Buenos Aires para Colonia Del Sacramento através do ferry, mas dessa vez pela BuqueBus, pois era a única empresa que tinha viagem naquele dia, gastamos quase R$ 90 reais na volta, de lá já agilizamos um ônibus diretão para o Chuy.
Demos aquela última passada pelos freeshops, fiz toda a gambiarra financeira no Bradesco que tinha na fronteira e logo em seguida pegamos o ônibus de volta para Porto Alegre.

Quando voltamos para Porto Alegre, Liana já não estava mais lá, tinha voltado para São Paulo para resolver problemas pessoais, mas ela nos apresentou pessoas especiais que acabaram virando nossos amigos também, e nos ofereceram suas casas para ficarmos nos dias finais da nossa viagem.


Começando pelo Vitor, primo da Liana, um cara que "sabe muito...", divertidíssimo, e atencioso nos 3 dias que ficamos em sua casa, fora o Manu, que também nos recebeu e colocava a gente sempre VIP na Laika, baladinha que ele trabalhava.

Nosso ponto de encontro com o povo lá de Porto Alegre era sempre na Lancheria do Parque Bom Fim, lá tomei os melhores sucos naturais do Rio Grande do Sul, na época que estivemos lá, o suco custava R$ 2,20, mas era um MEGA suco, vinha numa jarra de liquidificador e você podia escolher qualquer combinação de frutas.
O lanche lá também era absurdo, enorme, lá eles costumam chamar qualquer lanche de "X", pensamos várias vezes que eles deveriam abrir uma filial daquela Lancheria em São Paulo, com aqueles preços, iriam vender muito.

Depois de muitos encontros, novos amigos e várias descobertas, concluí que essa viagem rendeu muito mais do que as divídas que até hoje estou pagando, ela só me acrescentou coisas boas, de verdade.
Espero voltar num futuro bem próximo a todos esses lugares que visitamos e tentar reencontrar todo mundo, com mais tempo, mais dinheiro e mais coisas a se descobrir.