domingo, 13 de junho de 2010

Festival de Peças de UM MINUTO

FESTIVAL DE PEÇAS DE UM MINUTO ABRE INSCRIÇÕES

Já na segunda edição, O Festival de Peças de UM MINUTO, organizado pelos Parlapatões, nasceu de uma brincadeira entre dramaturgos e acabou se tornando uma vitrine que mostra os novos talentos da dramaturgia brasileira. Esse ano, o festival irá selecionar textos através de um concurso.
Os temas desse ano são:

- Um MINUTO antes do fim,
- Um MINUTO entre um beijo e outro,
- Um MINUTO que aparentemente não deu em nada.

Serão escolhidos até 30 textos, que resultarão num único espetáculo, que acontecerá no final do mês de agosto de 2010. Os textos serão encenados pelos Parlapatões com a participação de atores e diretores convidados.


Os interessados em participar devem se inscrever até dia 25 de Junho de 2010, preenchendo a ficha que está no link:
http://www2.uol.com.br/parlapatoes/home/minuto.html


Cada texto selecionado receberá, a título de direitos autorais, o valor de R$ 100,00 (Cem reais). O resultado será publicado no dia 5 de agosto, no www.parlapablog.blogspot.com

Participem!

domingo, 6 de junho de 2010

Cats - o Musical

Sempre fui apaixonada por musicais. Apesar de alguns atores terem um certo preconceito com esse estilo, eu sou bem fã, e admiro os artistas que dominam as artes de atuar, dançar e cantar.
Claro que, como amante do palco, consumo de tudo, desde os espetáculos menores até os grandes musicais.

Tenho acompanhado todas as montagens feitas no Teatro Abril (em São Paulo)nos últimos tempos, não assisti a segunda versão de "A Bela e a Fera" feita recentemente, porque já havia assistido a primeira há alguns anos atrás com o Saulo Vasconcelos e a Kiara Sasso.
Em março soube da estréia do famoso musical "Cats", que já conheço há algum tempo, inclusive tenho o DVD do espetáculo da Broadway.
Mas apesar de não gostar muito desse musical, estava curiosa pelas versões brasileiras das músicas, feitas pelo Toquinho, e também para conferir a Paula Lima no papel da gata Grizabella.



O musical "Cats" é baseado em poemas do escritor T.S. Eliot, que tinha fascínio por gatos, e escreveu os textos depois de observar o comportamento dos seus próprios felinos.
Criado pelo consagrado Andrew Llody Webber, estreou em 1981 em Londres, e é o segundo musical mais visto do mundo, só perdendo para "O Fantasma da Ópera", do mesmo autor.
A versão brasileira é extremamente fiel à original, são 38 artistas em cena, com destaque para Saulo Vasconcelos e Sara Sarres, consagrados na cena musical paulistana e Paula Lima, cantora e atualmente jurada do programa "Ídolos" na Rede Record.



Pra quem não conhece o musical, provavelmente ficará perdido com a história, que não é muito clara em meio aos belíssimos números de dança.
É ambientado em um beco onde a tribo dos Jellicle Cats se encontra para celebrar quem são e acompanhar o grande dia em que um escolhido pelo líder do grupo, Old Deuteronomy (Saulo Vasconcelos), poderá renascer para uma nova "vida Jellicle".
A gata Grizabella (Paula Lima), que abandonou a tribo anos antes para conhecer o mundo, agora é rejeitada pelo grupo por conta de sua escolha e sofre para se reintegrar aos Jellicle Cats.

O espetáculo é cheio de coreografias elaboradas, visualmente também é lindíssimo, o cenário e a iluminação são maravilhosos.
Em várias ocasiões, os gatos passam no meio da platéia, o que cria um envolvimento muito maior com o espetáculo, além de prender a atenção do público, que confere de perto a fantástica caracterização do elenco.
No intervalo, o público tem a opotunidade de subir no palco do Teatro Abril e conferir de pertinho o cenário, a visão, além de poder cumprimentar o ator Saulo Vasconcelos que fica ali atendendo o público.

Apesar de ser um espetáculo que exige mais domínio de dança do que interpretação, creio que ele não decepciona, visto que o elenco é composto por bailarinos excepcionais e muito expressivos.
Fiquei com um certo receio com relação a Paula Lima, mas acho que ela se saiu muito bem, e emociona ao cantar a famosa "Memory", música marcante do musical.
Pra quem gosta de um bom espetáculo "Broadway", assista a montagem brasileira de "Cats", que não deixa nada a desejar com relação à original.


CATS - TEATRO ABRIL.
Qui, Sex, Sáb e Dom. - quinta e sexta às 21h00; sábado às 17h00 e 21h00; domingo às 16h00 e 20h00. R$ 50,00 a R$ 220,00 (quinta); R$ 70,00 a R$ 220,00 (sexta); R$ 80,00 a R$ 240,00 (sábado); R$ 50,00 a R$ 240,00 (domingo). Bilheteria: 12h00 às 20h00 (segunda a quarta); a partir das 12h00 (quinta a domingo). De 04/03 a 01/08.

Crédito das imagens: Daia Oliver/Portal R7

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Despertar Musical

Já estou quase há um ano e meio trabalhando na TV Cultura. Desde o primeiro dia que entrei lá aprendi muito, tanto profissionalmente como pessoalmente.
Depois de um ano na produção do "Vitrine", alguns meses no núcleo de dramaturgia, na produção do especial "Autor por Autor", agora estou na produção do programa "Ao Ponto", voltado para adolescentes.
Na última quarta-feira tive minha primeira experiência em estúdio no "Ao Ponto", já gravando dois programas no mesmo dia.
A plateia era formada por adolescentes na faixa dos 15 aos 20 anos, e para minha alegria, os músicos convidados da primeira gravação eram o Simoninha e o Max de Castro, com o Baile do Simonal.

Quando eu era mais nova, minha mãe havia me contado muito por cima a história do Simonal, referenciando a ligação dele com o DOPS, comentando sobre o sucesso dele e a decadência, etc.
Durante a minha adolescência eu conheci o Simoninha e o Max de Castro através do meu gosto natural que foi se voltando para a MPB, mas confesso que se conheço 4 músicas dos 2 juntos é muita coisa mesmo. Meus ouvidos conhecem bem mais as músicas do pai deles, o Simonal, do que o repertório dos filhos.
No ano passado assisti o documentário "Simonal, ninguém sabe o duro que dei", que desmistifica a relação do Simonal com o DOPS, além de mostrar a dimensão do talento artístico dele, seu sucesso na época, e sua queda devastadora. O filme não te dá uma opinião ou um julgamento sobre a postura do Simonal, ele simplesmente te conta a história de um excelente artista e faz você tirar suas próprias conclusões sobre o que aconteceu com ele depois do avassalador sucesso.
Acredito que a intenção dos realizadores tenha sido muito mais apresentar a obra do Simonal para essa geração de agora (que foi privada de tê-lo como referência musical, por conta de seus erros no passado), do que promover um julgamento de suas atitudes ou qualquer outra coisa do tipo.
O fato é que eu já conhecia um pouco desse talentoso artista, e passei a conhecer muito mais e admirá-lo artisticamente depois do filme. Me integrei a história e à referência cultural brasileira que ele representa.




Voltando à gravação, alguns minutos antes da plateia se dirigir ao estúdio me perguntaram quem iria tocar no programa, e respondi avisando sobre o Simoninha e Max de Castro. Para meu espanto, ninguém sabia quem eram eles, nunca tinham escutado falar, tentei falar sobre o Simonal, e parece que foi pior ainda, alguns que não estavam acompanhando o assunto sobre a atração musical e pegaram o bonde andando, chegavam e perguntavam se Simonal era ator ou algum outro apresentador! Confesso que fiquei realmente espantada com a cara de decepção de alguns por não conhecem eles, chegamos a brincar e questionar se eles conheciam a banda Restart, adivinhem a resposta?
Só de ouvir esse nome, algumas garotas se animavam absurdamente, todos da plateia, sem exceção conheciam a banda.
Fiquei me perguntando, quais serão as referências musicais dessa garotada daqui alguns anos?
Nada contra com bandas teens como Restart, Cine, etc... Mas mesmo essas bandas tiveram como referência bons cantores, músicos e grupos do passado.
O nosso presente, as nossas referências, são construídas através do quê? Dos nossos pais? Dos nossos amigos? Na escola?
Tenho um certo receio de que as próximas gerações mal conheçam os Mutantes, Chico Buarque, Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e outros diversos artistas essenciais para formação musical do nosso país.